Não estou muito a fim de desejar boas festas. Estou cansado de ouvir: “Que saibamos realmente o sentido do Natal...” “Que não nos esqueçamos de quem é a festa”. Etc, etc e etc. Isso já deveria ser parte da nossa vida como cristão. Sei que posso estar sendo um pouco rebelde. Sei que essas “frases feitas” de final de ano são justamente para nos fazer pensar, nos resgatar em uma época que nos abrimos mais. Entretanto, prefiro pedir, aconselhar, desejar que mudemos a atitude pela raiz, entendendo primeiro quem somos individualmente e coletivamente, dando valor a atitudes pequenas do dia-a-dia (atitudes estas que passam despercebidas por muitos de nós, até mesmo insignificantes as nossas crenças, por estarmos envolto em um mundo de magnitude, de exageros).
Certo dia, entrei no elevador do Águas Claras Shopping. Havia uma senhora, com seus 70 anos, uma moça e eu. No 2º andar entra um senhor e deseja boa tarde a todos. Na mais simples educação do dia-a-dia respondemos ao senhor o “desejo de uma tarde boa”, menos a senhora. Foi onde entrou em ação o mesmo senhor, um evangelizador nato: (irei transcrever como ocorreu o episódio)
Senhor: _Não cumprimenta mais os conhecidos não?
Senhora: _Nossa me desculpa!! Boa tarde!! Como vai o senhor?
Senhor: _Bem, graças a Deus!
Senhora:_Mas me perdoe novamente, não estou me lembrando do senhor. Por isso não o cumprimentei.
Senhor:_Mas nós não somos todos filhos de um só Pai? Somos todos irmãos e irmãos deveriam se cumprimentar. Estou certo?
Senhora: __...!?!?!?!?
Sai do elevador mais ligado do que nunca. Queria desejar boa tarde a todos que via. Queria demonstrar que somos todos filhos de um “Camarada” só. Mas todos andavam de cabeça baixa, ou alta demais... Foi onde eu, num gesto automático, abaixei a minha também.
Verdade seja dita, não me saiu da cabeça essa atitude. Podemos mudar o dia de quem quisermos com gestos simples. Conheço pessoas que só desejam um “bom dia, tarde ou noite” quando bem entendem. Quando lhes convém. Quando estão próximos a pessoas que já conhecem mostram uma aversão a esse simples gesto de educação. Esse senhor não conhecia ninguém, muito menos a senhora, e além de ser educado, deu ótima lição de cidadania a todos nós.
Quando conseguirmos entender a magnitude desse simples gesto (e de tantos outros) e os resultados que dele podem advir, não precisaremos ficar lembrando que o nascimento de Jesus é o que deve ser o centro de nossas atenções nessa época do ano.
Boa Mudança agora.
