“O maior desejo do homem é ver a Deus. Este é o grito de todo o seu ser: «Quero ver a Deus!». De facto, o homem realiza a verdadeira e perfeita felicidade na visão e na bem-aventurança d’Aquele que o criou por amor e o atrai a Si no seu infinito amor.” 533 (http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html ).
Tempos a trás, estava conversando com os meus amigos sobre os rumos que nossas vidas estavam tomando, como algumas diretrizes mudaram ou foram mudadas devido a algumas escolhas que fizemos.
No meio da conversa surgiu o assunto “concurso público”. Um dos meus amigos já virou e falou: “Cara, eu conheço vocês. Vocês são pessoas boas, de bom coração, vão passar. Não tem como isso não acontecer. Tem tanta gente ruim por ai que está se dando bem na vida, que caso vocês não passem não adianta nada disso em que eu acredito (aqui foi feita uma referência a nossa religião)”.
No dia, eu não falei nada, mas, aquilo ficou batendo na minha cabeça. E cada dia vinha mais forte: Será que ele tem razão?? Será que tem que ser assim??
Pois bem.
Aprendi na minha caminhada que TODO ser humano nasce pra buscar a Deus. Se isso está certo ou errado, não compete mais a mim. Mas eu prefiro aceitar isso como uma verdade, até mesmo por que não existe mal num comportamento tão nobre.
Só que o dilema está no: “Tem tanta gente ruim por ai que está se dando bem na vida...”
O que teria acontecido com essas pessoas que nós intitulamos “gente ruim”, se TODO SER HUMANO NASCE PRA BUSCAR A DEUS?
Pessoal, eu não tenho a resposta... Se tivesse, acho que estaria,ainda por cima, julgando essas pessoas. Mas posso dizer por experiência própria: Olhei o mundo a minha volta. As coisas que já busquei; os vícios que já tive; por onde andei; as felicidades que não eram felizes; as coisas que via e tendo a consciência que poderia evitar e não evitava. Tudo isso chegou a me afastar de Deus a um ponto de largar tudo e me transformar em “um instrumento diabólico vestindo camisetas cristãs, agindo em nome do diabo tendo o crucifixo no peito” – palavras do PE. Fabio de Melo.
Isso é muito forte.
Tenho alguns amigos que me confidenciam alguns problemas que vêm passando e alguns problemas que já passaram. Cara, não é brincadeira não!! São coisas de deixar qualquer um com o coração na mão. E eu sempre tentando ajudar, dando conselhos, sugestões. Só que comecei a pensar em mim. Eu precisava começar a ouvir essas coisas que tanto falava aos meus amigos e começar a mudar meu jeito de pensar. Entender que se não começasse a excluir tudo de ruim da minha vida, tudo o que tinha como centro, além de Deus, eu iria cada vez mais pro buraco.
Eu estava me tornando “essa gente ruim” que questionei no começo.
Comecei a entender que deveria agir como Jesus agia. Viver como Jesus vivia. Pensar como Jesus pensava. E isso não é fácil. Os vícios que carregamos durante um dia de nossa vida já é suficiente para nos derrubar, imaginem alguns anos... Mas conseguia, aos poucos, ir dando os meus passos. Conseguia me erguer; conseguia ajudar alguém do meu lado; conseguia perdoar mais; conseguia entender mais; conseguia ouvir mais; conseguia calar mais. Porém a estrada continua longa e Jesus me deu a cruz que eu pudesse carregar e nem um grama a mais.
Portanto estou carregando, pedindo ajuda quando preciso e, sim, deixando a minha no chão e tentando ajudar quem está ao meu lado, por que não?
“A nossa vida vai entrando num funil que de repente a gente chega lá. Sou eu e a minha escolha. O quê que restou do Deus que eu anunciei a todo mundo. O quê foi que ficou desse Deus que eu tanto cantei, preguei. O quê que deste Deus ficou em mim. Porque se não tiver ficado a melhor parte eu errei em tudo o que fiz. Se eu tiver dado aos outras receitas mágicas que eu não levo na minha vida. Se eu aconselhei realidades que eu não trago pra mim, isso gera infelicidade, eu fui hipócrita. Não pode ser esse meu objetivo. Se você não busca no dia-a-dia colocar teus olhos nos olhos de Jesus e descobrir que ele tem predileção por você, a sua vida cristã vai ser vã.” – PE Fabio de Melo.
